Greve dos Guardas Prisionais

NELSON MORAIS
O Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional vai promover uma greve de seis dias, em Julho, para protestar, nomeadamente, contra o estatuto profissional dos guardas que o Governo quer aprovar, nesta legislatura
O anúncio do pré-aviso de greve - para os dias 6, 7 e 8, e 16, 17 e 18, das 8 às 20 horas - foi feito pelo dirigente sindical Jorge Alves, ontem à tarde, e recebido com uma enorme ovação por parte de centenas de guardas que festejavam o "Dia do Pessoal dos Serviços Prisionais", em Ribeira de Frades, Coimbra.
Horas antes, também em Coimbra, o Ministério da Justiça e a Direcção-Geral dos Serviços Prisionais (DGSP) assinalaram oficialmente a efeméride, pela primeira vez, sem a presença do SNCGP. As divergências entre o sindicato e a tutela são evidentes, mas o ministro Alberto Costa preferiu passar ao lado: "Não quero contribuir com nenhuma espécie de comentário para alimentar a polémica", justificou-se, referindo que a revisão do estatuto pretende equiparar a guarda prisional à PSP.
Já Jorge Alves admitiu um "verdadeiro clima de crispação" e acusou o ministro e a DGSP de "enorme passividade". O sindicato reclama, entre outras coisas, a equiparação do corpo da guarda prisional a órgão de polícia criminal, melhores remunerações, um sistema de saúde que abranja familiares, e a reforma aos 55 anos (com 36 de serviço).
Quanto ao anúncio, feito pelo ministro, de um curso de formação de mais 226 guardas, Alves lamentou que ele corresponda ao descongelamento de vagas aprovado em 2006.

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